No programa Invenção do Contemporâneo desta manhã, na TV Cultura, ouvi o sociólogo Bernardo Sorj falar de um tema picante feito chilli: O Mal Estar Metropolitano. O papel da Universidade foi o que mais ficou na cabecinha.
O indivíduo está confuso diante da falta de referências? O moderno sistema de troca de informações cerca e pressiona as pessoas? O individualismo cresceu? A tecnologia virou o motor das relações sociais?
Sorj concorda comigo e eu concordo com Sorj. Essas coisas satânicas, palavras diabinhas como "consumismo" não podem ser tratadas pelos intelectuais como uma monstruosidade, um troço a ser pisoteado sem maiores preocupações e comprometimentos. "Porque o pobre precisa se matar para comprar um celular? Porque ele precisa trabalhar e para trabalhar se exige que seja localizado", disse Sorj.
A tecnologia está no meio de tudo o que fazemos. Da diálise no hospital ao simples acerto do horário do futebol com os amigos. Mas tecnologia custa dinheiro.
O consumir tecnológico não é um bicho-papão somente. Ele acorda todo dia, dá "bom dia" e "boa noite" (às vezes!). Ele é o chiclete que nos une ou separa na sociabilidade mais atual.
Quando boa parte dos oráculos dos templos do saber vão perceber que há uma abismo entre as ilhas acadêmicas e o resto do mundo? Sei que são vários, mas também não é um só o mundo em que a tecnologia é comprada e comparada por yuppies e catedráticos?
Eu sei que não é simples. Eu sei que não são todos. Eu sei que este é um post pires com pretensões faraônicas.
Cá, da minha ignorância e mundanice, viajei com um consumo: a Universidade comendo um pouco mais das ruas; e as ruas dando uma mordida com gosto na Universidade.
Mas, vou embora, deixo de bobagem. Caetano diz: "Eu canto com o mundo que roda (...), mesmo que eu não cante agora".