20 abril 2009

Simonal Total

Um dos mais recorrentes lugares-comuns nacionais é a célebre frase "o artista brasieliro só é lembrado e reconhecido depois de morto". Mas o clichê se confirma vez ou outra, e é melhor aproveitar quando o artista é um gênio esquecido, apesar de amado absurdamente no passado. Este ano, por exemplo, imprensa e indústria precisaram de uma efeméride para resgatar e promover Wilson Simonal. Ele completaria 70 anos de idade se estivesse vivo.



Segundo Nelson Motta, Simonal foi um dos artistas mais injustiçados do País, que "negou até morrer que fosse dedo duro". A declaração se refere à década de 1970, quando o cantor carioca foi acusado de colaborar com a ditadura. Perto do fim da vida, Simonal exibia um documento do Dops para provar a sua inocência. "Assassinos, torturadores, assaltantes, sequestradores. Todos foram perdoados pela anistia. Menos Wilson Simonal", lembra Motta.

Para quem quer conhecer a produção e a vida de Simonal, há várias opções. O documentário Ninguém Sabe o Duro que Dei, rodado no festival É Tudo Verdade do ano passado, promete mostrar como o cantor foi do céu ao inferno. Já para quem prefere ler a história do cantor, a editora Record lançou a biografia Quem Não Tem Swing Morre com a Boca Cheia de Formiga. E quem pode gastar com discos, a opção é a caixa Wilson Simonal na Odeon: 1961-1971, que traz o inédito CD México 70, álbum que Simonal gravou antes da Copa do tri canarinho.

Se não der para conferir nada disso, vale caçar nos sebos, ouvir pela internet, vale tudo. Escute Simonal, nem que seja no Por Toda Minha Vida, da Globo. Neste 2009 só não vale deixar de conhecer o som do cara que comandava a massa. Para os mais exagerados, "nosso Ray Charles". Nas palavras de Nelson Motta, "um negão cheio de atitude”



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