Primeiro veio o ministro da Justiça, Tarso Genro, a defender a punição aos torturadores do regime militar no Brasil. Para Genro, os crimes cometidos durante a ditadura militar por certos indivíduos fardados foram comuns, e não políticos. Depois, Nelson Jobim, o ministro da Defesa que já foi presidente do STF, vestiu a camisa das Forças Armadas respondendo que tudo não passava de provocação aos militares e que se via obrigado a “apagar o incêndio” de Genro, mesmo depois do ministro da Justiça esclarecer que a punição não visava as Forças Armadas, mas indivíduos isolados e criminosos.
Hoje, o procurador da República Marlon Alberto Weichert alegou a favor de Genro, dizendo que os atos de tortura são crimes contra a humanidade, crimes praticados por agentes de Estado e sem respaldo político. Enquanto isso, os militares da reserva querem ser cobertos, por ironia do destino, pela bandeira da Lei da Anistia de 1979. Também hoje, o general Gilberto Figueiredo, presidente do Clube Militar deu sua “aula”: disse que Genro está agindo por “revanchismo”, que a sua fala foi um “desserviço” para o País, que há vozes em “sentido contrário” no governo (citou o ministro Nelson Jobim) e que o país, em vez de “ficar de picuinha” e “olhando para trás”, deve “consolidar” a democracia.
Seria cômico se não fosse tão trágico. Pelo menos, em tempos de “consolidação” da democracia podemos saber o que se passa pela cabeça de um general sessentista quando ele abre a boca. Em carta, o militar atacou a revisão da Anistia e disse que Tarso Genro faz questão de “lamber feridas”.
Em tempo: Em dezembro de 1998, Marcelo Paixão de Araújo, herdeiro do Banco Mercantil em Minas Gerais e tenente do exército entre 1968 e 1971, foi o primeiro militar a confessar crimes de tortura e revelar que matou “umas trinta” pessoas. A partir de 2006, o País acompanhou o processo movido contra um dos maiores torturadores do período militar, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, autor do pretensioso A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça. Mas, em 2008, a Justiça de São Paulo suspendeu um dos procesos e o outro (não encontrei informações) parece que se arrasta. Já em Brasília, no novembro de 2006, militares promoveram um “almoço de solidariedade” ao coronel Ustra, com uma faixa que trazia os dizeres: “Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se oporem a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia”.
Pena não haver uma faixa na frente da casa de cada boina da reserva com um pequeno lembrete para a "consolidação" da democracia: “Só se lambe ferida porque há ferida”.
Hoje, o procurador da República Marlon Alberto Weichert alegou a favor de Genro, dizendo que os atos de tortura são crimes contra a humanidade, crimes praticados por agentes de Estado e sem respaldo político. Enquanto isso, os militares da reserva querem ser cobertos, por ironia do destino, pela bandeira da Lei da Anistia de 1979. Também hoje, o general Gilberto Figueiredo, presidente do Clube Militar deu sua “aula”: disse que Genro está agindo por “revanchismo”, que a sua fala foi um “desserviço” para o País, que há vozes em “sentido contrário” no governo (citou o ministro Nelson Jobim) e que o país, em vez de “ficar de picuinha” e “olhando para trás”, deve “consolidar” a democracia.
Seria cômico se não fosse tão trágico. Pelo menos, em tempos de “consolidação” da democracia podemos saber o que se passa pela cabeça de um general sessentista quando ele abre a boca. Em carta, o militar atacou a revisão da Anistia e disse que Tarso Genro faz questão de “lamber feridas”.
Em tempo: Em dezembro de 1998, Marcelo Paixão de Araújo, herdeiro do Banco Mercantil em Minas Gerais e tenente do exército entre 1968 e 1971, foi o primeiro militar a confessar crimes de tortura e revelar que matou “umas trinta” pessoas. A partir de 2006, o País acompanhou o processo movido contra um dos maiores torturadores do período militar, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, autor do pretensioso A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça. Mas, em 2008, a Justiça de São Paulo suspendeu um dos procesos e o outro (não encontrei informações) parece que se arrasta. Já em Brasília, no novembro de 2006, militares promoveram um “almoço de solidariedade” ao coronel Ustra, com uma faixa que trazia os dizeres: “Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se oporem a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia”.
Pena não haver uma faixa na frente da casa de cada boina da reserva com um pequeno lembrete para a "consolidação" da democracia: “Só se lambe ferida porque há ferida”.
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