01 maio 2009

É 'de grátis' em Sampa


São Paulo não é um cidade barata, mas sempre há opções quando a grana está curta. Todo dia vejo gente reclamando da dureza no bolso, eu também faço o mesmo, apesar de saber que por aí, nas esquinas e becos do Centro, é possível "se virar" muito bem.
A Virada Cultural que acontece no fim de semana é só um exemplo, um marco do lazer na faixa. Não é todo dia que 4 milhões de pessoas saem à rua sem nóias e sem gastar para ouvir música, e das boas.
No ano passado me diverti e me aborreci com a Virada. Não sei ainda se vou me enfiar no Centro na madrugada de sábado.
O que a Virada tem a ver com toda essa conversa mole? Não estamos acostumados à gratuidade cultural. Sabe aquela conversa pateta 'o que é de graça está estragado ou não é tão bom assim'? Isso acontece no supermercado, na feira, na viagem, no cinema e no bar. Uma idiotice só.
Descobri há uma hora o blog São Paulo é Grátis, que promete "programação gratuita ou de baixo custo na cidade de São Paulo".
Você, morador de São Paulo, deve saber que o clássico dos guias da gratuidade cultural paulistana é o Catraca Livre, mas, se procurar, é fácil achar mais coisa do tipo. Se fico pensando em quem não tem nem acesso à Internet? Sim, penso, mas ainda não sei como divulgar o evento para este público. Solução boa seria entender que a cidade é muito maior do que a região central e começar a levar eventos para a periferia. Mas, sem aquela história de fazer o morador da Zona Leste ficar por lá para não causar confusão na cidade. Isso é o mais nojento pensamento de segregação. Na própria Virada de 2007 teve gente com esse desejo íntimo depois do quebra-quebra na Sé.
Fico pensando nas cidades pequenas do interior, com suas carências de programação cultural, como postou o Vitamina B. A Paulicéia, ultrapassadas as datas no calendário como a Virada, esquece do Centro, esquece de ocupar alguns espaços, esquece de fazer valer a absurda concentração de arte de graça que os "verdadeiros" artistas encenam para meia dúzia de espectadores. Todos os dias.

3 comentários:

Luiz Augusto Rocha disse...

Não é gratuito. É feito com dinheiro público.

Bruno Espinoza disse...

ontem consumi algum qunhão dos impostos, Goiaba.

Marta Valim disse...

Já viu a programação da Virada do Rio? uó... =/