16 junho 2008

Língua afiada para quem pode

Invejo os bons definidores e as suas sentenças. Esta é uma arte não remunerada, pouco reconhecida, mas arte. Na Carta Capital desta semana, na edição especial de nº 500, Thomaz Wood Jr. diz que "a literatura de negócios é um misto de literatura infantil com apelos de auto-ajuda". Quem duvida? Os best sellers esporadicamente copiados, recopiados e amaciados por e para esse nicho são um soco no estômago do bom senso. Leia uma orelha destes "livretos". Assustam. Thomaz Wood só esqueceu de dizer que, além dos apelos de auto-ajuda mixados com literatura infantil, há uma eminência louca de esoterismo em alguns exemplares mais recentes. E, caro Wood, coitada da boa literatura infantil, ela não merecia comparação tão baixa.

Outro definidor bom e preciso é o Walmor Chagas. Ontem, li uma descrição sua, daquelas de dar arrepios e sacolejos de inveja. Deu a sentença para o filme Um Beijo Roubado, ao qual assisti mês passado, me fez bem, tava cansado e necessitado da leveza do não-pensar, nem doeu, mas deixou a inércia de não conseguir dizer onde pecava o dito cujo. "É uma comédia romântica norte-americana fantasiada de filme francês" foi como Walmor matou a charada. Ele tem razão. Simples assim.



Um comentário:

Unknown disse...

Cara,

O novo layout do seu blog ficou mto melhor! Parabéns.

E obrigado por colocar (tão rapidamente) o link do podcast do Raiz. Senti-me honrado.

Com relação ao texto, as duas definições realmente foram mto precisas. Tá gostando da Carta 500?

Abraço