15 agosto 2005

A profecia da morte de uma ilusão - PARTE I

O que seria o real progresso do Homem, afinal? Não me refiro ao progresso material e à velocidade da comunicação moderna. Nem ao intercâmbio econômico e cultural entre os povos ou coisa parecida. Falo do pensamento humano. De um pensamento nômade e mutante, associado ao próprio caminhar do comportamento das sociedades.
Sem dúvida, o século XX teve a relevância de um milênio na História da humanidade. Mesmo Hobbsbawn, ao chamá-lo de “século breve” (1914-1991), não desconsiderou a proporcional importância do período. A magnitude de sua significância dentro da cronologia da história das sociedades na Terra é inegável.
Direitos trabalhistas, expansão do fazer e pensar artístico, Woodstock, liberdade de imprensa, hippies, ascensão e queda de experiências socialistas, Ghandi, fóruns, feminismo, Luther King, independências na África e na Ásia, movimentos libertários, projetos de governos democráticos, ufa! A listas das conquistas e feitos que transformaram o pensamento e os posicionamentos humanos no século passado vai longe. Novas idéias surgiram e se materializaram, outras ficaram tímidas e hibernando no plano da idéia mesmo. O neoliberalismo, por exemplo, passou a imperar nas maiores economias do mundo como espécie de alicerce que serve (serve?) de remendo para uma constatação que ficou cada vez mais gigante diante até dos mais céticos: os ricos existem e os pobres por conseguinte também. E mais: as riquezas da Terra não seriam distribuídas em igualdade nunca, em tempo algum.
Muitos desses pensamentos, como o neoliberalismo novamente e a social-democracia, se encarregaram majestosamente de jogar o modo de vida moderno, a família, a ética, o pluralismo e aqueles valores "intocáveis" num liquidificador dos segredos de Cazuza, espirrando seus excessos nos papéis que cobrem os outdoors e nas projeções de tevê. Tudo bem difuso, quase subliminar, tão escondido que acreditamos fielmente que produções sofisticadas e modernas como as da Pixar são para adultos e crianças de todo o mundo assistirem sem preocupações. Para crianças sim, afinal são apenas desenhos animados e ingênuos, não são? São ou não são meus coleguinhas?

3 comentários:

Tatiana Aoki disse...

vc viu essa "pauta" no guia do estado? tava falando da mesma coisa...

lembre-se de que quem faz os desenhos animados são adultos...

bjokas

Tatiana Aoki disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
m. disse...

é a tragédia da modernidade...

;****

feiooooo

beijos, bruno

;)