Vim morar em Bauru já faz quatro anos. Vim para estudar. Mas, não é preciso tese acadêmica para esclarecer que um estudante vivendo onde for não vai apenas estudar. Aqui não foi diferente. Antes de pisar na “cidade sem limites” já ouvia dos mais viajados para não esquecer de provar o tal sanduíche. Até ouvi gente dizendo que a invenção de Casimiro Pinto Neto era a responsável pelo nome da cidade. Folclores.
Bem, demorei em abocanhar um bauru em Bauru. Só não tardei em sair aos seus cantos na noite, aqueles lugares com mesas, música e bebida que chamamos de bares. Aqui, há um zoológico imenso deles e não demorei em notá-los. Abocanhei mesmo.
Tenho meus preferidos, igual a todo mundo. Nem lembro a primeira vez que pisei no Caju, só sei que foi antes da reforma. Agora ele tá lá, todo grande, dificilmente com mesa vazia. Continua reunindo aquela variedade de gente, velha e nova, homem e mulher. Antigamente (uma força de expressão para dizer “há dois anos”), a música no Caju se resumia a um banquinho e um violão. Hoje, tem espaço para percursionistas, outros instrumentos, um carnaval com um telão de enfeite. Mas, não se engane: no Caju, a quantidade acompanhou a qualidade. O som ali continua uma beleza. Só não sei se os guardanapos com pedidos de música continuam chegando às mãos dos músicos.
Onde sempre pedi música foi no Jeribá. Tenho uma teoria sobre esses pedintes, iguais a mim. Esse cidadão é aquele falso quieto, que chega ao recinto todo cheio de cerimônia, miudinho. Dá quatro cervejas pra ele que vai faltar guardanapo na mesa e caneta no bolso do garçom. E o cara no violão, cumprindo o seu ofício, vai ter que se desdobrar para executar todas as pérolas da MPB. No Jeribá sempre se desdobraram.
Engraçado que guardo boas recordações do Los Compadres e lá não tem música ao vivo. Aí, você vai dizer: “ah, tem música ambiente!”. Ter, tem, mas nunca decifrei um só rock que tocou ali. A balbúrdia dos bate-papos nas mesas falam bem, bem mais alto. E essa é a coisa mais gostosa do escurinho do Los: a conversa. Você entra lá com uma turma, senta, bebe uma cerveja bem gelada e volta pra casa rouco de falar e rir, não necessariamente nessa ordem.
E tem a saideira. Na verdade, há toda uma cultura em volta desse capricho. Graças à simpatia de um velho amigo de mesa sempre simpático com os garçons, fui contemplado com esse agrado tantas vezes. Às quatro, cinco da manhã, saíamos dos bares e não me recordo de muitas ocasiões em que não levávamos copos de cerveja de graça nas mãos. E saideira é sempre a cerveja mais gostosa. Isso é inexplicável.
Muitas delas conquistamos no Alecrim, o melhor bar de Bauru, na minha modesta opinião. Ali há um palquinho decente, onde uma dezena de músicos se revezam no palco. Vão do samba-canção ao samba-enredo com uma elegância que dá inveja. Nunca deixei de arriscar uns passos tortos ali. E não fui o único.
Sim, já me esquecia, comi o Bauru, duas vezes, uma no Skinão, outra no Bauru Chic. O autêntico bauru, com rosbbife, não com presunto. Valeu a pena. Mas, confesso: em Bauru não troco um caju com alecrim ao lado de compadres por sanduíche nenhum desse mundo.
Bem, demorei em abocanhar um bauru em Bauru. Só não tardei em sair aos seus cantos na noite, aqueles lugares com mesas, música e bebida que chamamos de bares. Aqui, há um zoológico imenso deles e não demorei em notá-los. Abocanhei mesmo.
Tenho meus preferidos, igual a todo mundo. Nem lembro a primeira vez que pisei no Caju, só sei que foi antes da reforma. Agora ele tá lá, todo grande, dificilmente com mesa vazia. Continua reunindo aquela variedade de gente, velha e nova, homem e mulher. Antigamente (uma força de expressão para dizer “há dois anos”), a música no Caju se resumia a um banquinho e um violão. Hoje, tem espaço para percursionistas, outros instrumentos, um carnaval com um telão de enfeite. Mas, não se engane: no Caju, a quantidade acompanhou a qualidade. O som ali continua uma beleza. Só não sei se os guardanapos com pedidos de música continuam chegando às mãos dos músicos.
Onde sempre pedi música foi no Jeribá. Tenho uma teoria sobre esses pedintes, iguais a mim. Esse cidadão é aquele falso quieto, que chega ao recinto todo cheio de cerimônia, miudinho. Dá quatro cervejas pra ele que vai faltar guardanapo na mesa e caneta no bolso do garçom. E o cara no violão, cumprindo o seu ofício, vai ter que se desdobrar para executar todas as pérolas da MPB. No Jeribá sempre se desdobraram.
Engraçado que guardo boas recordações do Los Compadres e lá não tem música ao vivo. Aí, você vai dizer: “ah, tem música ambiente!”. Ter, tem, mas nunca decifrei um só rock que tocou ali. A balbúrdia dos bate-papos nas mesas falam bem, bem mais alto. E essa é a coisa mais gostosa do escurinho do Los: a conversa. Você entra lá com uma turma, senta, bebe uma cerveja bem gelada e volta pra casa rouco de falar e rir, não necessariamente nessa ordem.
E tem a saideira. Na verdade, há toda uma cultura em volta desse capricho. Graças à simpatia de um velho amigo de mesa sempre simpático com os garçons, fui contemplado com esse agrado tantas vezes. Às quatro, cinco da manhã, saíamos dos bares e não me recordo de muitas ocasiões em que não levávamos copos de cerveja de graça nas mãos. E saideira é sempre a cerveja mais gostosa. Isso é inexplicável.
Muitas delas conquistamos no Alecrim, o melhor bar de Bauru, na minha modesta opinião. Ali há um palquinho decente, onde uma dezena de músicos se revezam no palco. Vão do samba-canção ao samba-enredo com uma elegância que dá inveja. Nunca deixei de arriscar uns passos tortos ali. E não fui o único.
Sim, já me esquecia, comi o Bauru, duas vezes, uma no Skinão, outra no Bauru Chic. O autêntico bauru, com rosbbife, não com presunto. Valeu a pena. Mas, confesso: em Bauru não troco um caju com alecrim ao lado de compadres por sanduíche nenhum desse mundo.