Elas duraram dois meses. Nesse tempo estive em Santos, Itanhaem, Peruíbe, São Vicente, Ilha Bela, São Paulo, Matão e Socorro. Além de Munhóz e Bueno Brandão, nas Minas Gerais.
Viajei de navio, partindo de Santos, e aproveitei para arranhar meu inglês ruim com todos os garçons e barmen. O mais divertido, sem dúvida, foi Mr. Dwight, da Jamaica, um ser simpático e competente. Joguei pôquer quando estava à bordo. Ganhei, depois perdi. Valeu a pena desafiar as cartas de todos aqueles japoneses e chineses com seus olhares sagazes, neste estranho mundo dos jogos de azar em alto mar.
O navio nos levou a Ilha Bela, onde pegamos um jipe, paramos numa praia e até encaramos uma cachoeira após uma subida enlameada. Mas, não aportou em Búzios devido as más condições climáticas. Não foi dessa vez que conheci a estátua da Brigitte Bardot. Um dia eu "dou as caras" Brigittola!
Li apenas dois daqueles oito livros que levei. Abraçado ao meu rancor e Nove Noites. Preferi dormir, deixar a forma do meu corpo emplacada no colchão. Mesmo sem sono, justificava outros cochilos em nome de todas as manhãs de 2006 em que foi preciso abdicá-los. Justo, justissímo!
É preciso falar de Socorro. Sim, Socorro. Fui, movido à família, me enfiar no meio do mato durante quatro dias, disposto a brincar com os bezerros, ver galinhas variadas, patos, pavões e afins, cachoeiras, estrada de terra. Também beber uma pinga maravilhosa num calor do inferno, imperceptível no alambique do simpático Seu Alpi, e me atrever num rapel muito doido, rapá! Sim, rapel. Podem rir. Só abri mão da tirolesa de 1km a 60 metros de altura. Aí já é demais, né?
Resumindo: férias. Também joguei muito video-game, fui a Vila 3 vezes (em todas fui pé-quente!) e outras cinco vezes à noite da Rua XV de Novembro, em Santos, para escrever minha reportagem. Também comi mais do que devia, às vezes bebi demais também, namorei bastante quando deu e aproveitei minha família nessas últimas férias pré-desemprego.
Mas o melhor foi travar diálogos escatológicos com Maria Cecília, minha prima de 1 ano e pouco. Eu, pra desespero da sua mãe, insistia em, para tudo, perguntar: "Cocô? É cocô?". E ela: "Côcuo!". Quando cansava partia pro: "Xixi? É xixi?". E Maria Cecília exausta e nervosa fazia: "Cíííci!".
Um dia eu ainda apanho por isso.